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Boêmia I
Oh solidariedade que se vai até dos bares
Daquelas lamparinas da Lapa, mofadas até na capa
Meus pais não me ligam mais
Eles mudaram até comigo, seu próprio filho
Já não sei me explicar, mas acho que isso passa
Ainda posso ouvir Edith Piaf barbarizar seus casos
Mas que sermão estou a dar a meus ouvidos!
Acho que ela não mais voltará
Só o que me resta é este mar vazio de outrora
E naquele estopim esquecestes de anotar
Que seus amigos irão voltar
Então não chores mais minha doce menina
Sei que terás um tempo para rezar
Oh Deus, que bobagem a minha!
O tempo não há de parar
Não sou vidente nem mago algum
Então que seja este o ultimo copo de rum
Afogado termino de ler...
Amanhã talvez.
É melhor não esquecer que
no sol do amanhecer que pintei
E pintei... e pintei... e pintei...
... enfim chorei.
Current Music: Need - Mudhoney
sábado, 7 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Outra Vez Você
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E te vejo caminhar sem olhar
Meus olhos viajam junto com minha mente
E os sentimentos fluem com os passos
Sua voz entra de leve em cada poro de minha pele
Me fazendo flutuar ao sentir que é real
Real, intenso... surpreendente
E faz chover de verdade em minha mente
E te vejo caminhar sem perceber
Que seu sadismo me torna diagnosticado
Com seu sorriso de menta e sensatez
Ninguém entende meus sentimentos
E eu desligo o telefone sem dizer adeus
Porque é a sua voz me leva pro mundo real
Porque você me disperta
E me sinto livre, me sinto eu mesmo
Desesperado escrevo, desenho e pinto
E deesejo o silêncio
Para partir isento de qualquer culpa
Por não ter dito a verdade
E te amar calado outra vez
E outra vez, e outra vez, e outra vez...
["Para aquela que um dia há de ve-lo com outros olhos"]
Current Music: There There - Radiohead
E te vejo caminhar sem olhar
Meus olhos viajam junto com minha mente
E os sentimentos fluem com os passos
Sua voz entra de leve em cada poro de minha pele
Me fazendo flutuar ao sentir que é real
Real, intenso... surpreendente
E faz chover de verdade em minha mente
E te vejo caminhar sem perceber
Que seu sadismo me torna diagnosticado
Com seu sorriso de menta e sensatez
Ninguém entende meus sentimentos
E eu desligo o telefone sem dizer adeus
Porque é a sua voz me leva pro mundo real
Porque você me disperta
E me sinto livre, me sinto eu mesmo
Desesperado escrevo, desenho e pinto
E deesejo o silêncio
Para partir isento de qualquer culpa
Por não ter dito a verdade
E te amar calado outra vez
E outra vez, e outra vez, e outra vez...
["Para aquela que um dia há de ve-lo com outros olhos"]
Current Music: There There - Radiohead
Da Espera Contínua
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Era um dia qualquer, para qualquer pessoa. Caminhei sobre a grama, levemente molhada, e senti pequenas goticulas de água molharem meus dedos descobertos. O sol forte me cegava levemente e as nuvens pareciam se mover mais rápido que o normal. Com meu iPod eu me fechava contra o barulho que aquele local fazia. As vezes é mais divertido ver as pessoas e tentar adivinhar o que elas estão falando ao som de algo diferente de barulhos de carros, crianças chorando ou pessoas berrando. E eu via em um banco branco de madeira ao longe, um casal. Ele era magro, alto, com um cabelo curto arrepiado; Ela, uma menina ruiva, com sardinhas e uma cara de poucos amigos. Ambos vestiam camisetas pretas e calça jeans. Pareciam brigar por algo, talvez, tolo. Mas para mim era muito mais que isso. Talvez ele tivesse traído ela, ou ela tivesse chegado atrasada demais e ele estivesse se queixando. Quem sabe? Eu poderia tirar o fone, chegar perto e ouvir para entender... mas assim é de fato, divertido. Enquanto começava a leve introdução de Logical Song do Supertramp eu percebia que ambos estavam se beijando. É incrível perceber como um namoro se resolve rápido, apesar de brigas e discuções eles sempre se resolvem, tomam um café, dão as mãos e saem andando felizes observando os pássaros. Acho que por isso todos acham que vale a pena... Mas eu continuo como um espectador aqui, vendo, sentindo e deduzindo...
Então vagarosamente rumei em direção ao jornaleiro mais próximo, comprei meu jornal favorito, um maço de cigarros de menta e um chiclete para não me entediar. Sentei-me no banco onde outrora o casal estava e lá fiquei, lendo, mascando e esperando o dia em que eu poderia me sentir no lugar do casal que eu observava.
Current Music: Sometimes (My Bloody Valentine)
Era um dia qualquer, para qualquer pessoa. Caminhei sobre a grama, levemente molhada, e senti pequenas goticulas de água molharem meus dedos descobertos. O sol forte me cegava levemente e as nuvens pareciam se mover mais rápido que o normal. Com meu iPod eu me fechava contra o barulho que aquele local fazia. As vezes é mais divertido ver as pessoas e tentar adivinhar o que elas estão falando ao som de algo diferente de barulhos de carros, crianças chorando ou pessoas berrando. E eu via em um banco branco de madeira ao longe, um casal. Ele era magro, alto, com um cabelo curto arrepiado; Ela, uma menina ruiva, com sardinhas e uma cara de poucos amigos. Ambos vestiam camisetas pretas e calça jeans. Pareciam brigar por algo, talvez, tolo. Mas para mim era muito mais que isso. Talvez ele tivesse traído ela, ou ela tivesse chegado atrasada demais e ele estivesse se queixando. Quem sabe? Eu poderia tirar o fone, chegar perto e ouvir para entender... mas assim é de fato, divertido. Enquanto começava a leve introdução de Logical Song do Supertramp eu percebia que ambos estavam se beijando. É incrível perceber como um namoro se resolve rápido, apesar de brigas e discuções eles sempre se resolvem, tomam um café, dão as mãos e saem andando felizes observando os pássaros. Acho que por isso todos acham que vale a pena... Mas eu continuo como um espectador aqui, vendo, sentindo e deduzindo...
Então vagarosamente rumei em direção ao jornaleiro mais próximo, comprei meu jornal favorito, um maço de cigarros de menta e um chiclete para não me entediar. Sentei-me no banco onde outrora o casal estava e lá fiquei, lendo, mascando e esperando o dia em que eu poderia me sentir no lugar do casal que eu observava.
Current Music: Sometimes (My Bloody Valentine)
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