sábado, 24 de janeiro de 2009

Da Tempestade que Vem e Fica

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E tão sereno e moribundo, olho pela janelinha do banheiro... dela vejo grades e telhados, nada colorido além dos frascos de sabonete líquido que ficam perto do vidro. A chuva vai caindo fina, fria e silênciosa. Aquele silêncio parece cortar meus tímpanos que ao mesmo tempo me iludem com um som fresco e pálido.

E devagar vou vendo, analisando e pensando... cansado de peregrinar pela casa fico ali, inerte.

Eis que passa em minha mente aquele repetitivo flash, papai chegando do trabalho, mamãe fazendo o jantar... e eu calado. Como hoje.

Sorrio sozinho mas sinto vontade de deitar. E a chuva não para. E o flash termina. A vontade de sair por aquela janela é grande, mas as grades me impedem. O que teria lá fora que tanto me acalma, me engana, me conforta...?

Aperto os botões de minha camisa, apago a luz que me incomoda e caminho novamente ao meu sonoro dia-a-dia. Mas aquele momento de silêncio e sem cor parece ter me despertado.

E a chuva vai caindo... inundando a rua... inundando minha mente... inundando minha vida.



Current Music: Garden - Pearl Jam

2 comentários:

Anônimo disse...

diria Thom Yorke, "rain down on me from a great high."

Isabela Jardinetti disse...

Só passeando por aqui, muito bom...