terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Do esperado final
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Das conversas extensas
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Cantiga do fim do ano
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Divagações
sábado, 29 de agosto de 2009
O Outro Lado
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Que Seja
domingo, 9 de agosto de 2009
De Algum Lugar no Presente
domingo, 2 de agosto de 2009
Uma curta viagem em barcos de papel
Me lembro que levantei rápido da cama, estava um pouco suado e ofegante como se tivesse feito uma pequena corrida da portaria do meu prédio até a venda de frutas na esquina. Não me lembrava de nada que poderia ter me levado a ficar daquele jeito. Um pesadelo talvez? Quem sabe. Pensei o dia todo, sai para comprar o pó de café, que havia acabado devido a minha pilha de trabalhos para fazer, e então me sentei embaixo da cerejeira, que escurece meu quarto a tarde. Enquanto lia o jornal, que parece estar sempre com as mesmas notícias, fui vagamente me lembrando.
Ontem, eu flutuei. Sim, sai voando. Não, não sou o Superman e muito menos o Ironman. Mas pela primeira vez sai do meu corpo. Deixei de lado minha vida igual, minha rotina igual e meus pensamentos iguais. Resolvi fazer com que tudo fosse diferente naquelas ultimas 24 horas. Estava cansado daquilo tudo, muito cansado.
Entrei no meu banco e conversei com meu gerente. Resolvi tirar todo dinheiro de minha polpansa, aquela que está sem ser mexida desde que nasci. Cerca de 25 mil reais. Peguei todo o dinheiro e a primeira coisa que fiz foi comprar um maço de cigarros. Não, eu não fumo. Mas eu queria que tudo fosse diferente, então traguei me engasguei, cospi e guardei aquela porcaria na polchete (sim, até isso eu quis mudar) e continuei andando. Em seguida comprei uma calça de couro, um oculos escuro no vendedor ambulante que estava na calçada e uma passagem para viajar. Para onde? Não me lembro... só lembro que nevava. Bastante.
Acordei em outro país. Frio. No trem eu sentia apenas a brisa. Trem! Eu amo trem, quando eu era jovem meu avô contava sobre histórias de trem para mim... mas isso não faz diferença. Dancei muito em uma festa qualquer, da qual não fui convidado mas dei um jeito de entrar. Tirei umas fotografias idiotas em uma máquina porcaria, mas que aqui no Brasil seria um máximo se tivesse nas ruas. Toquei guitarra em um barzinho com uma banda de adolescentes bebados, cantei em uma máquina daquelas que aqui na minha cidade eu costumava odiar. Beijei na boca de um travesti, fiz sexo com uma adolescente que talvez fosse uma protituta e depois entrei em uma capela para assistir a missa.
Enfim, voltei para casa. Foi tão rápida a volta que parece até que eu estava ancioso para voltar para casa. Fui recebido pelo meu gato gordo roçando em minhas pernas, o cheiro de mofo no carpete era forte porque havia esquecido as persianas abertas. Conversei um pouco com o porta retrato e liguei a televisão. Descobri que sai do meu corpo, descobri que estava louco mas que pouco isso me importava. Sei lá se isso tudo é uma mentira e se estou realmente esquizofrenico, mas prefiro ficar quieto no meu canto, voltar a minha rotina e continuar acreditando.
Current Music: Insesatez - Fernanda Takai
terça-feira, 21 de julho de 2009
Do despertar
E lá fazia tanto frio...
domingo, 14 de junho de 2009
O Jovem Senhor e o Velho Moço
"- Como?!"
terça-feira, 2 de junho de 2009
Das Esquinas
Resolvi sair naquela manhã fria. Tarde ou cedo vão perguntar onde estou, mas quem sabe esqueçam? Peguei meu violão quase empenado, estendi as mangas, marquei esquinas no meu mapa da mente e sem motivos fui caminhar. Caminhei sozinho, sem muito motivos além de esquecer tudo aquilo que sinto falta. Quero esquecer a saudade que o tempo me causou. Esquecer que um dia tudo foi fácil de se resolver e eu não resolvi. Os ponteiros do relógio me atropelaram e agora sou assim, mal resolvido.
A madrugada foi chegando e só notei após o terceiro botequim, o terceiro copo de gim e uma ou duas canções famosas no violão.
Sei que tenho amigos, sei que tenho sorrisos e as vezes até palpito por amores. Mas algo não me deixa estar aqui quieto. Algo me faz andar. Algo me faz querer recomeçar e tentar, mesmo que em vão, sorrir sem pensar duas vezes.
Mas se quiser me procurar, sabe onde encontrar.
Estou por ai, junto com as suas palavras e seus lamentos.
Solitário mas sempre convicto.
Tenho tudo o que preciso para me acompanhar.
Então, se quiser saber se volto hoje, apenas se lembre
Que estou por ai, junto com ela.
Current Music: Natalia - Legião Urbana
sábado, 23 de maio de 2009
Até que o Tempo nos Separe
Os sinos tocavam forte fazendo com que minha cabeça vibrasse e meus tímpanos ardessem. As vozes, das felizes pessoas lá presentes, me faziam ficar completamente louco. Eu me sentia totalmente atordoado e flutuante, aquilo parecia um mar escuro com fortes ondas quebrando em minhas costas. Todos bem arrumados, ternos finos, gravatas coloridas, vestidos longos e todos com seus cabelo devidamente penteados.
Mesmo assim sentia a maré subir.
Sentia o vento rugir.
E sentia o medo tocar de leve meu ombro.
Enquanto fazia força para que meus olhos enxergassem sem lacrimejar, via ao longe surgindo uma mancha branca. E de repente, o silêncio tomou conta do local. Lá estava ela, a noiva. A mulher, linda como os olhos de uma criança de 4 anos de idade, com um belo vestido longo, um cabelo negro fazendo contraste com seus trajes e sem sapatos. Cada passo que dava era uma palpitação mais forte no peito de cada pessoa ali presente. Inclusive em mim, que me sentia apaixonado pela desconhecida mulher, noiva de um desconhecido homem que se casariam naquela desconhecida igreja.
'Pode beijar a noiva', isso era tudo o que eu não queria ouvir. Enquanto o padre, um senhor bem humorado e com rugas de simpatia, ia fazendo seu discurso minha cabeça voltava a rodar. O sorriso de cada pessoa, que olhavam distraídas e ao mesmo tempo iludidas com tamanha felicidade, pareciam me esfaquear de leve.
Então gritei! Sim gritei e gritei muito.
Que parasse aquilo tudo! Que me ouvissem!
Aquele homem não poderia amar aquela mulher!
Não mais que eu poderia amar...
Mas ninguém me ouviu. O casamento continuou e era como se eu ali não estivesse. Saí da igreja antes mesmo das alianças entrarem nos dedos e caminhei por entre aquelas ruas escuras e arborizadas. Tomei uma dose de cachaça em um buteco próximo e fiquei assistindo ao morno jogo de sinuca disputado por um senhor barrigudo e um jovem com uma camisa do Star Wars. Foi quando olhei pro lado e vi o noivo. O tal do desconhecido. Mais bêbado que um pudim de cerveja, ele olhou pra mim e me ofereceu uma dose. Perguntei o que havia acontecido e ele disse que fugiu. Teve medo. Vê se pode?! O maldito largou aquela linda mulher no altar porque foi um covarde! E eu aqui, desejando que ela fosse minha!
Tocava meu ombro e dizia: Vá embora, garoto. Isso não é pra você... talvez depois você entenda.
E entendi...
A chuva batucava o vidro da janela de madeira
A bola vermelha era encaçapada
E eu, com minha alma molhada, mergulhava em covardia.
Current Music: Under The Sun - Black Sabbath
terça-feira, 19 de maio de 2009
Das Escadarias Nebulosas
Era uma madrugada de terça-feira e as ruas, cobertas por panfletos amassados e guimbas de cigarro, pareciam não acabar nunca. Se minha avó estivesse ali com certeza diria algo parecido com "a serração está demais". Fazia muito frio, e meu pesado casaco de couro parecia não ser suficiente. Abaixei para amarrar os cadarços de meu velho all star vermelho, pelo menos esta era sua cor antes de desbotar, e tudo começou a rodar. Rodar mesmo, sabe? Como se eu estivesse em uma Roda-Gigante a 180 km/h.
Ainda era terça-feira, e eu não estava mais naquelas ruas. Quando levantei estava na estação de trem. Não sei se dormi, flutuei, viajei no espaço e tempo! Só que sei que lá estava, na estação.
Ao meu lado uma mal humorada senhora reclamava com uma garotinha, que devia ter uns 7 anos, sobre seu jeito de prender o cabelo, que parecia uma criancinha inocente - o que de fato era. Quando a porta do trem se abriu perdi a senhora e o diálogo dela com sua possível neta de vista. As pessoas passaram por mim em uma velocidade avassaladora. Eu, obviamente, não corri. Obviamente porque não sou de correr. Fiquei olhando, observando a pressa e o desespero de cada um que queria desesperadamente sair daquela suja e fétida estação. Menos eu. Eu e mais alguém.
Do banco azul e descascado, que ficava embutido na parede próxima a saída da estação, eu ouvia um agradável som. Olhei de leve para decifrá-lo e lá estava ela. Uma menina, aparentemente com uns 14 ou 15 anos, suave e serena. Com um velho, porém bem cuidado, violão. Ela tocava algo familiar.. seria The Who? Neil Young? Algo assim... mas ela não parecia tão concentrada. Cada pessoa que passava ela olhava e levemente errava um acorde ou se atrapalhava na levada da música. E cada vez que ela errava eu olhava para ela e reparava algo diferente. Olhos castanhos, óculos de aro preto, cabelo liso com uma curiosa franja para o lado e uma cara de que não tinha idéia do que estava fazendo ali.
Até que em uma das várias vezes que olhei para ela, ela notou. E sorriu, singela mas sorriu.
Sentei ao seu lado e perguntei que trem ela pegaria. Ela não respondeu e continuou a tocar. Tímida? Talvez não... acho que nem escutou o que eu disse. E cerca de 2 minutos depois respondeu "Nenhum, e você?". Aquilo me pegou de surpresa, pois quando notei que ela não sairia dali senti vontade de não sair também.
Enquanto ela continuava tocando eu apenas ouvia e a observava. Devagar e devagar, observava. Foi quando reparei meu sapato, novamente, com os cadarços desamarrados. Me abaixei para amarrá-los e senti o mesmo cheiro da madrugada. Quando dei por mim aquilo tudo tinha sido um rápido sonho - ou quem sabe delírio - e lá estava eu, na empoeirada e suja esquina da minha casa. De lá, subi minhas escada, forrei a minha cama e deitei na esperança de voltar para aquela estação e ao menos perguntar o nome dela.
Current Music: Trouble - Coldplay
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Da Cidadezinha do Interior
Acordei tarde demais naquela manhã, fazia frio. Bom sinal. Me deparei com o velho despertador azul transparente que estava caido atrás da mesa de cabiceira, e que meu relógio havia parado. O café, já frio, estava sem gosto. Uma tarde cinza em uma cidade pacata onde eu não conhecia nada além de fotográfias e histórinhas que ela me contou.
Da janela do hotel eu via um senhor, lendo seu jornal e tomando algo em um belo pires com uma vaquinha desenhada. Não fazia idéia de que notícias estampavam a capa do noticiário. E nem fazia questão. Um leve e curioso sol ne espionava pela fresta da perciana cor de mármore enquanto eu me arrumava. E então resolvi sair, atrás do que realmente me interessava. Ela.
O vento ia me guiando por aquele local totalmente desconhecido para mim. Então vi o bebê no colo da mãe chorando e apontando de leve para a menina que roubava um pôster do Kiss que estava no ponto de ônibus. Lá uma senhora gorda, bem simpática, ficava olhando sorridente para a criança enquanto esperava a sua vez de ir para casa - ou seja lá para onde for. A mulher com o bebê ia caminhando e o vento soprando, bagunçando meus cabelos que já não são muito arrumados. Então chegava o ônibus. Lotado, claro. Lotado de pessoas cinzas que pareciam não apreciar nada a sua volta.
Durante 5 minutos e 43 segundos o ônibus ficou parado, esperando a entrada e saída de passageiros. Assim que ele saiu nos exatos 43 segundos daquele minuto o ponto esvaziou, e ela estava lá. Vestida preto. Tudo preto. Maquiagem, cabelo, blusa, saia, sapato. O batom, acho que era vermelho, ou seria roxo. Não sei. Ela parecia distraída, olhando para o verde da árvore que balançava. Então atravessei a rua. Aquilo parecia um filme. Mas não, era uma travessia comum, estilo Beatles em Abbey Road - se é que isso pudera ser chamado de comum.
Sorrindo para mim, ela disse um singelo “Oi”. Seus dentes eram retos, brancos e brilhantes. Mas isso não interessava mais. As nuvens em forma de coelho - algumas em forma de urso também - voltavam a se mexer e a chuva fina começava cair. Estendi minha mão esquerda e migramos para direita (o bom homem sempre fica do lado da rua, é uma forma de proteger a sua acompanhante).
- E então? Para onde vamos? – Perguntei com cautela.
- Para lá... – Apontava com os olhos
- E o que tem lá?
- Faz diferença?
Current Music: Hoje é o Primeiro Dia do Resto da sua Vida - Os Mutantes
domingo, 26 de abril de 2009
A Rua dos Encontros
E a chuva ia caindo lavando minha lástimas
O caminho ia se abrindo devagar, devagar...
E lá estava você, com seu sorriso longo
E a agradável maneira tímida de juntar as pernas
O reflexo da chuva em seus óculos parecia sonoro
E eu, pasmo, apenas caminhava para ti
Na longa, longa Rua dos Encontros
Enquanto eu caminhava ia me lembrando
Quando vislumbrei você de branco naquele dezembro
Se preparando para as festas, porém sozinha
E eu sempre lá, caminhando, caminhando
Lembrava também de quando brigávamos
Era tão irritante... mas às vezes saudável
Conforme eu me aproximava, ia vendo meu reflexo em seus óculos
E seu sorriso ia se alargando... suas pernas se juntando
Era tudo o que eu precisava... era tudo o que eu desejava
Naquela longa, longa Rua dos Encontros
Current Music: Tell Me - The Rolling Stones
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Da Verdade Por Trás do Guarda-Chuva
A chuva molhada
Que molhava minha vida
Inundava minha alma
Lavava minha rua
Molhando e molhando
Chovia um chovisco em mim
E tudo, e nós
Ficávamos felizes
Com a água que lavava
E desbotava
E coloria
Nosso passado
Current Music: Teardrop - Massive Atack
domingo, 19 de abril de 2009
Trevas
Ainda deitado começava a me lembrar, vagamente. Era sábado, talvez. Mas o sol deitava de leve em minha cansada face, e as folhas secas no chão formavam uma espécie de cama. Meu casaco, bem desbotado, parecia coberto por algo que que era um misto de poeira e mato. Será?
Enquanto a luz do dia me cegava suavemente e meu corpo se mexia instantaneamente para sair daquele local, o único som que eu escutava era o dos pequenos galhos se quebrando com a força que meus pés faziam sobre eles.
Chovia pouco. Mas chovia.
Então caminhei em direção aquela velha e descascada ponte de madeira que me levaria ao outro lado do rio. Rio?! Nossa, realmente eu não fazia idéia de onde estava.
Enquanto coçava os olhos, tentando enxergar sem a ajuda de meus óculos (eu nem fazia idéia de onde eles teriam parado), eu ouvia um suave canto. Um canto da natureza talvez? Pássaros? Sereias?
Quem me derá sereias... rio, sereias, homem perdido... tudo a ver!
Mas não... era apenas um delírio. O canto que eu ouvia era um pequeno flashback da noite passada (Isto é, caso eu tenha ficado apenas uma noite caído por aqui). Lembro-me daquela moça esguia cantando sem parar e um carinha gordo enxendo meu copo de conhaque. É... vago, mas real.
Chovia um pouco mais. Mas não tanto.
Segui pela ponte. Apertei meus cadarços. Sorri para o por do sol, que realmente parecia me cumprimentar, e voltei pela estranha e quase invisível trilha de terra que me levaria ao desconhecido.
Enfrentei o escuro, caminhei pelas árvores e enquanto poucos pássaros começavam a rir de mim o tempo começava a correr novamente.
E lá estava ela. Na chuva. Molhada. Sorrindo para mim, junto com o silêncio. Com um abraço e uma toalha me recebeu. E, claro, com uma capa de chuva.
Então, sorri. Vagarosamente, mas sorri. Beijei-a como se beijasse a chuva. E fiquei calado, em seus braços.
Chovia muito. Como naquele inverno, que passou.
Current Music: Dark Shines - Muse
sábado, 18 de abril de 2009
Em Seus Olhos
Eu sou o que a de vir
Estou sempre esperando, escondido
Eu sou só um animal
Preso em seus próprios delírios
Eu sou o dia que virá
Mas que você provavelmente vai ignorar
Eu sou apenas uma ilusão
Tentando fugir do escuro
Eu sou a promessa do passado
Eu sou o pássaro que fugiu
E vou voando, voando... solitário
Porque você é tudo que eu preciso
Você está na margem do meu caderno
No centro da minha pintura
E eu, estou deitado em seus olhos
Current Music: Fatal - Pearl Jam
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Os Porteiros de Nossas Vidas
É incrível como o tempo passa. Vemos pessoas que passam por nossas vidas indo embora. Vemos pessoas novas entrando em nossas vidas. Certas pessoas são passageiras em nossa mente, outras marcam nossa memória para sempre.
Certo dia estava saindo de casa para o curso e algo me chamou atenção. Normalmente estou atrasado e deixo de reparar as coisas a minha volta, mas esta situação foi um tanto quanto peculiar. Em frente a minha casa tem uma pequena escolhinha, daquelas que matriculamos nossos filhos mais para brincar do que para aprender. Mas como em toda escola, nela havia um porteiro. Este, um homem negro, alto, barrigudo e muito simpático (familiar para você?).
Fui reparando o quão feliz ele era. Brincava com todas as crianças que passavam, mexia com todos! Até a mim ele cumprimentou! Eu que nada tenho a ver com aquela escola ou com o próprio. Talvez aquele emprego não seja o que ele sonhou e almejou durante sua adolescencia ou até mesmo na fase adulta, mas sem dúvidas estava feliz ali. E fazia questão de passar sua felicidade para os outros. Curioso, muito curioso.
Então fui me lembrando de todas essas pessoas, que parecem não ter importancia para nós, mas que um dia nossos olhos enxerão de lágrimas ao nos lembrarmos da cobrança de caderneta, das “ajudinhas” para entrar atrasado, do “boa tarde rapaz”. Sem dúvida eles devem ser lembrados, e serão. Queira você ou não.
Talvez entregue esse texto aquele porteiro tão simpático que me cumprimentou e me fez lembrar, pensar e recordar isso tudo. Talvez, eu guarde para mim. Talvez eu nem salve no meu computador este texto. Mas com relevancia ou não, eles continuam lá, tomando conta da porta, tomando conta de provas... tomando conta de nossas vidas. Para que um dia possam ouvir um “Obrigado por tudo.”.
Current Music: Além do que se vê - Los Hermanos
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Do vácuo
Do silêncio...
E das rosas...
Lá vai, vai... vai
Você.
Current Music: God Gave Rock and Roll to You - Kiss
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Da Falta de Coragem
Estava eu naquele ônibus lotado. E ela sentada ao fundo, sozinha. Eu ouvia a música que tocava alta em meu iPod enquanto observava seus traços pelo reflexo do meu chaveiro. Era doce, serena... e algo nela me atraia. Parecia segura de si, parecia estática em seus pensamentos. Vestia verde e branco, calçava uma bota e não alisava o cabelo. Utopicamente falando parecia um delírio.
Mas para mim aquela cadeira parecia distante. Não, não eram as pessoas do caminho que me impediam. Era a minha inércia. Minha falta de fé. Minha falta de coragem.
Hoje me vejo frágil. Fraco. E despercebido vou passando pela vida daqueles a minha volta, sendo apenas aquele que podia ter feito algo e não fez.
Então chegou a hora de deixar o ônibus. Puxei o sinal e mais algumas pessoas se locomoveram em direção a porta. Era minha vez, o ponto da minha casa estava ali. Dei um passo para o lado, deixei o senhor que estava atrás de mim passar e me sentei ao lado da menina. Deixei o ponto passar. Deixei minha casa passar... não poderia deixar ela passar!
Tomado pela covardia, olhei para baixo. Aumentei o som da música e tentei esquecer que estava ali. Eis que ela virou para mim, ajeitou a boina cor de salmão e disse:
- Sabe onde fica o Centro Cultural Banco do Brasil? - Olhou suavemente
- É no próximo ponto. - Até minhas palpebras tremiam
Assim que o sinal tocou, descemos. O ônibus tomava seu rumo, se perdendo na chuva fina que caia. Andamos sobre o tempo, sem remediar. Chegava a hora de tomarmos nosso caminho. E por lá chovia. Muito.
- Aceita um café?
- ... por que não?
Current Music: Where is My Mind? - Pixies
sexta-feira, 27 de março de 2009
Textos Perdidos das Páginas Mágicas (Texto 8 de 8)
Palpitações e Violinos
No verão sou rabugento
Irritado, mau-humorado... calorento
Não suporto companhia
Amigos, vizinhos ou visitas
Só quero me recolher no meu canto
Sozinho com meus delírios
No outono sou calado
Observador, analítico... apaixonado
Me lembro dos anos passados
Dos amores, devaneios e até magoas
Gosto de remoer o que deixei de lado
Tomar um vinho e sonhar parado
No inverno sou até feliz
De vez enquando saio, e até caminho
Visito amigos que quase não vejo
Abro mais vinhos e realizo desejos
Fico vulnerável e até anceio
Que volte a amar sem dor ou medo
Na primavera sou romântico
Ouço Vivaldi e compro diamantes
Ligo diariamente para meu grande amor
Cuido, abraço... não esqueço
Escrevo cartas e poesias
Reelembro dos sorrisos e palpitações
Que me tomam noite e dia
Current Music: Roads - Portishead
domingo, 15 de março de 2009
Devagar
A mente nos pede pra parar
Dizendo o certo, como somos
De medo em medo
Acima das luzes que tocamos com os dedos
Das palavras que nos diziam
Da estrada do vale Calado, distraido... além das luzes
Posso repousar e parar
Para assim seguir sozinho
Com você em meu silêncio
Quebrando aquela distância
Que não podemos tocar
E continuo tentando, com as lágrimas que desenhei
Além dos sonhos que chorei
Revivendo a pausa que me deixou
Calado, além das luzes
Current Music: Showbiz (Muse)
quinta-feira, 12 de março de 2009
Textos Perdidos das Páginas Mágicas (Texto 7 de 8)
Boêmia II
Então eu, um bardo sem capa e mágica
Com o banjo e minha "caninha" em punhos
Hei de cantarolar, como a doutrina diz
"Que sejas puro e solitário por vós
Outra vez, vamos lá... cantarole"
Hei de errar a esquina da Atlântica
Que marquei de novamente chorar
Repetirei tudo outra vez, por você meu bem
Ah, como perdi a prática...
E dos boêmios de sapatos que irei pedir
A nota que começa esse meu clamor
No limiar da saudade que senti
Sem a lua para me acudir, outra vez
Então me diga, cigana sem o Ás na manga
Hei de ser o que sonhei?
Acho que não, então talvez
Beberei, beberei... e beberei.
Current Music: Videotape - Radiohead
quarta-feira, 4 de março de 2009
Do Caminho para o Por do Sol
As vezes me irrito com esse teu jeito
De mentir enquanto tenta dizer a verdade
E me enganar quando tenta me esclarecer as coisas
As vezes me incomoda essa festa que faz ao me ver
Mesmo quando isso me alegra
E ao inves de falar acaba se calando pra mim
Mas é do teu silencio que tiro minhas melhores palavras
Porque é teu sorriso que me desperta
E é em seus braços que me encontro
A minha menina, só minha... minha apenas
Queria que nosso abraço fosse o simbolo de tudo
Para assim ficamos sempre juntos sem medo
As vezes o medo me engana e me acovarda
Porque das palavras que digo as vezes saem em gritos
Então me calo novamente esperando o amanhecer
Para que possamos juntos ver de novo
O que desenhei para você aquela vez
Mas lembrando que tudo isso é só as vezes
E o as vezes "passa como passarinho", já dizia o poeta
Mas não irei nunca esquecer
Que as vezes te amo e as vezes te odeio
E as vezes... sinto falta de você
Current Music: Tá bom (Los Hermanos)
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Contos Perdidos das Páginas Mágicas (Texto 6 de 8)
Boêmia I
Oh solidariedade que se vai até dos bares
Daquelas lamparinas da Lapa, mofadas até na capa
Meus pais não me ligam mais
Eles mudaram até comigo, seu próprio filho
Já não sei me explicar, mas acho que isso passa
Ainda posso ouvir Edith Piaf barbarizar seus casos
Mas que sermão estou a dar a meus ouvidos!
Acho que ela não mais voltará
Só o que me resta é este mar vazio de outrora
E naquele estopim esquecestes de anotar
Que seus amigos irão voltar
Então não chores mais minha doce menina
Sei que terás um tempo para rezar
Oh Deus, que bobagem a minha!
O tempo não há de parar
Não sou vidente nem mago algum
Então que seja este o ultimo copo de rum
Afogado termino de ler...
Amanhã talvez.
É melhor não esquecer que
no sol do amanhecer que pintei
E pintei... e pintei... e pintei...
... enfim chorei.
Current Music: Need - Mudhoney
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Outra Vez Você
E te vejo caminhar sem olhar
Meus olhos viajam junto com minha mente
E os sentimentos fluem com os passos
Sua voz entra de leve em cada poro de minha pele
Me fazendo flutuar ao sentir que é real
Real, intenso... surpreendente
E faz chover de verdade em minha mente
E te vejo caminhar sem perceber
Que seu sadismo me torna diagnosticado
Com seu sorriso de menta e sensatez
Ninguém entende meus sentimentos
E eu desligo o telefone sem dizer adeus
Porque é a sua voz me leva pro mundo real
Porque você me disperta
E me sinto livre, me sinto eu mesmo
Desesperado escrevo, desenho e pinto
E deesejo o silêncio
Para partir isento de qualquer culpa
Por não ter dito a verdade
E te amar calado outra vez
E outra vez, e outra vez, e outra vez...
["Para aquela que um dia há de ve-lo com outros olhos"]
Current Music: There There - Radiohead
Da Espera Contínua
Era um dia qualquer, para qualquer pessoa. Caminhei sobre a grama, levemente molhada, e senti pequenas goticulas de água molharem meus dedos descobertos. O sol forte me cegava levemente e as nuvens pareciam se mover mais rápido que o normal. Com meu iPod eu me fechava contra o barulho que aquele local fazia. As vezes é mais divertido ver as pessoas e tentar adivinhar o que elas estão falando ao som de algo diferente de barulhos de carros, crianças chorando ou pessoas berrando. E eu via em um banco branco de madeira ao longe, um casal. Ele era magro, alto, com um cabelo curto arrepiado; Ela, uma menina ruiva, com sardinhas e uma cara de poucos amigos. Ambos vestiam camisetas pretas e calça jeans. Pareciam brigar por algo, talvez, tolo. Mas para mim era muito mais que isso. Talvez ele tivesse traído ela, ou ela tivesse chegado atrasada demais e ele estivesse se queixando. Quem sabe? Eu poderia tirar o fone, chegar perto e ouvir para entender... mas assim é de fato, divertido. Enquanto começava a leve introdução de Logical Song do Supertramp eu percebia que ambos estavam se beijando. É incrível perceber como um namoro se resolve rápido, apesar de brigas e discuções eles sempre se resolvem, tomam um café, dão as mãos e saem andando felizes observando os pássaros. Acho que por isso todos acham que vale a pena... Mas eu continuo como um espectador aqui, vendo, sentindo e deduzindo...
Então vagarosamente rumei em direção ao jornaleiro mais próximo, comprei meu jornal favorito, um maço de cigarros de menta e um chiclete para não me entediar. Sentei-me no banco onde outrora o casal estava e lá fiquei, lendo, mascando e esperando o dia em que eu poderia me sentir no lugar do casal que eu observava.
Current Music: Sometimes (My Bloody Valentine)
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Contos Perdidos das Páginas Mágicas (Texto 5 de 8)
Ressaca de Refrigerante
Hoje acordei com meu chapéu de cowboy e meu terno azul. Pudera ser um sonho ou eu realmente estava vendo tudo embaçado? Meus pés tocavam de leve o chão e eu ouvia uma canção. O som penetrava meus tímpanos que descansavam ao ouvir tal sonoridade, não me lembro da noite passada, se é que existiu uma. Só lembro de uns frascos de kibes e umas garrafas vazias no chão... minha memória estava falhando como vindo de uma ressaca forte. Sei que tive amigos, mulheres e até mesmo homens. Tudo passou do estágio da loucura diária e aceitável. Meu celular havia desaparecido assim como meu pudor desmedido. Por fim, chutei meu gato, que repousava levemente sobre minhas sandálias, catei meus óculos que estavam com a armação bem torta, ajeitei meu cabelo que já não é muito ajeitável mas parecia pior que de costume, tomei um forte café doce, fumei um cigarro nojento de fundo de gaveta, enfrentei a chuva que parecia rir de mim e fui trabalhar como se nada tivesse acontecido.
Current Music: Search and Destroy - Iggy and The Stooges
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Verde, Vermelho e Amarelo
Correr atrás de quem se ama é uma arte. Para poucos. Fato.
Se ver perdido, confuso e anestesiado sem conseguir falar ou articular o que se deve é o comum então. A covardia interna não se acovarda perante o amor.
E falar de amor é tão complicado... cansativo, difícil...
Mesmo com um por de sol amarelado não conseguimos nos inspirar, expressar...
O amor torna nossa vida um quadro com vários tons da aquarela. Confuso isso? Sim. Porque não? Falamos de paixão, amor, devoção, quem sabe?
Não correr atrás nos faz seguros. Dentro de um casulo nos protegemos de possíveis decepções ou talvez glórias que pode se tornar amarguras no futuro.
Então viver fechado, trancado e escondido é o que faz de nós, seguros sentimentalmente.
O mundo é dos covardes! Grandes países usam de covardia contra os menores países para adiquirir o que bem entendem. Grandes (e gordinhos) garotinhos da escola usam de seu tamanho para roubar o lanche dos menores e indefesos menininhos. Grupos de playboys usam seu grande numero de pessoas para, covardemente, ferir algum nerd de oculos e espinhas só porque ele é fã de Star Wars.
Fato, fato, fato...
Então nos vemos em um limiar colorado sem chance de lutar contra nosso ímpeto. E por mais que vermelhos de raiva, não podemos dizer. Nos calamos, e calados permanecemos. Sãos e salvos. Porém em vão.
Mas quando o tempo passa e as folhas verdes se fazem marrom, me lembro dos olhos dela. No sol, do castanho passa para o tom das folhas e isso me conforta de forma que esqueço de falar e volto a gaguejar. Mas se deixar o dia correr, a semana acabar e os mês voar podemos ficar quebradiços e fracos, como se tudo que nos resta é um abrigo solitário. De fato a vida é curta, chata e trabalhosa então não podemos nos dar ao luxo de exitar! Porque aqueles olhos podem nos enganar ou confundir e no meio de toda incerteza pode haver um momento de exatidão e aí o por do sol de cores se funde com aquele olhar e a confusão se torna uma certeza concreta. E tudo se encaixa. O tempo de agora se torna o que esperamos. E o que esperamos se torna mais que real.
Acordado então, me vejo entre essa questão. Falar de amor, correr de medo ou nadar em prol de um bem maior?
Pois é, amar é complicado... porém o que mais complica é o medo de não ser amado, muitas vezes sem razão.
Current Music: Changes (Black Sabbath)
domingo, 25 de janeiro de 2009
Da Mentira
E o tempo mentia pra mim
Sobre o verão que deixei passar
Devagar, devagar, devagar...
Current Music: Condicional - Los Hermanos
sábado, 24 de janeiro de 2009
Da Tempestade que Vem e Fica
E tão sereno e moribundo, olho pela janelinha do banheiro... dela vejo grades e telhados, nada colorido além dos frascos de sabonete líquido que ficam perto do vidro. A chuva vai caindo fina, fria e silênciosa. Aquele silêncio parece cortar meus tímpanos que ao mesmo tempo me iludem com um som fresco e pálido.
E devagar vou vendo, analisando e pensando... cansado de peregrinar pela casa fico ali, inerte.
Eis que passa em minha mente aquele repetitivo flash, papai chegando do trabalho, mamãe fazendo o jantar... e eu calado. Como hoje.
Sorrio sozinho mas sinto vontade de deitar. E a chuva não para. E o flash termina. A vontade de sair por aquela janela é grande, mas as grades me impedem. O que teria lá fora que tanto me acalma, me engana, me conforta...?
Aperto os botões de minha camisa, apago a luz que me incomoda e caminho novamente ao meu sonoro dia-a-dia. Mas aquele momento de silêncio e sem cor parece ter me despertado.
E a chuva vai caindo... inundando a rua... inundando minha mente... inundando minha vida.
Current Music: Garden - Pearl Jam
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Contos Perdidos das Páginas Mágicas (Texto 4 de 8)
A Casa dos Sorrisos Velhos
Olha que lindo o sorriso daquela criança
Sentada na varanda daquela velha casa
Me parece tão novinha, inocente... sozinha
O que se passa naquela cabeça?
Será que entende tudo a sua volta?
Acho que nem notou que olho tão fixamente para ela
Ela ou ele?
De longe me parece ela, tão quietinha e bonita
Dizem que nesta casa morou um velhinho
Que estava sempre sorrindo, sempre feliz
Será que a casa faz isso com as pessoas?
Rá, que isso... tolice a minha
Mas é estranho como estou aqui, olhando...
Mesmo cansado desse dia chato, com meu terno sujo
Minhas meias ensopadas e minha vista embaçada
Mesmo assim consigo sorrir ao ver aquela criança
Como se tudo sumisse...
Em pensar que quem morou aqui fui eu
Até minha idade chegar eu sentava naquela varanda
Mas um dia deixamos de viver sozinhos
E passamos a depender dos outros
Hoje, tudo o que tenho são meus netos
A vida me tirou até minha antiga casa
Infelizmente este é o ciclo da vida
Mas aquela menininha lá sentada ainda vai entender
Que um dia sentirá falta desta casa
Um dia, sentira falta de seu lar
Current Music: Help! (The Beatles)
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Contos Perdidos das Páginas Mágicas (Texto 3 de 8)
Verde
Vem vindo o vento verde
Voando solto por entre as nuvens
Ludibriado com o amarelo
Que tingia as cortinas de manhã
O vento forte que rugia
Manso manso para não acordar o silêncio
Verde claro, verde escuro
Vinha vindo o vento verde
Tocando música, contando contos...
Com flautas, harpas e cornetas
Na margem de minha mente me enganava
Ouço seu som e tudo se faz
Mais bonito, mais colorido...
Vai o vento verde pelo amarelo a fora
Fica o sorriso que me trouxe
E a felicidade de outrora
Current Music: Sweet Little Kitten (Husky Rescue)
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Da Insanidade Temporária
-
Dia 6 de janeiro de 2009, tarde chuvosa e fria.
Quando acordamos de manhã e vemos a janela embaçada, o céu iluminado e o poster da parede sorrindo para nós começamos a perceber que algo está errado. Não que isso tudo tenha alguma ligação direta com nosso estado mental, mas aparentemente aquilo tudo começa a fazer sentido naquele instante.
Beirando a sonolencia com um misto de loucura, vemos que as coisas a nossa volta de nada servem e mergulhamos em uma piscina de duvidas e incertezas que nos faz pensar que estamos temporariamente loucos.
O ser humano não é capaz de lidar com a solidão sem perder a lucidez. Isso é fato. E é neste exato momento que os devaneios começam a se tornar reais e o frio que entra pela fresta da janela começa a fazer você pensar que nada é tudo e tudo é nada.
Então você sai de casa, entra em uma pequena capela, senta em um velho e empoeirado piano de cauda recém afinado e o som sai estridentemente infernal. A espuma de barba que usa todas as sextas-feiras para se barbear está com cheiro de chocolate meio amargo e sua mãe parece não falar coisa com coisa.
Vagarosamente vou então andando, sorrindo e debochando do real. Me acostumando com a realidade distorcida de minha mente e tentando ver tudo pelo lado inverso.
E o frio da janela continua a entrar... talvez os sintomas sejam fruto de um contato com o real e tudo aquilo que julguei ser meu, era simplesmente utópico.
Current Music: All Apologies (Nirvana)
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Contos Perdidos das Páginas Mágicas (Texto 2 de 8)
-
Bom dia
Bom dia senhorita
Que bela flores tem aí
São margaridas? Que lindas
Bom dia senhor
Que bela gravata tem aí
É cinza? Que linda
Bom dia meu amor
Que belos olhos tem pra mim
São sinceros? Que lindos
Bom dia reflexo
Que belo sorriso tem pra mim
É de plástico? Que lindo
Current Music: Love Reign O'er Me (The Who)